Economistas preveem Selic acima de 15% sem ajustes fiscais

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 13,25% ao ano, e economistas alertam que a taxa pode ultrapassar os 15% nos próximos meses. O principal fator para a alta dos juros é a inflação persistente, que só poderia ser controlada com ajustes fiscais eficazes.

Segundo Sergio Vale, da MB Associados, o Banco Central pode levar a taxa para 15% ou 16% para conter a inflação. Alex Agostini, da Austin Rating, afirma que a alta pode ser ainda maior, dependendo dos próximos indicadores econômicos.

Marcos Moreira, da WMS Capital, acredita que a Selic só começará a frear a inflação acima de 15,5%. Felipe Salles, do C6 Bank, reforça que, mesmo nesse patamar, pode não ser suficiente para estabilizar os preços.

O setor produtivo teme os impactos. O presidente do Ciesp, Rafael Cervone, criticou o aumento, afirmando que juros elevados reduzem a competitividade da indústria brasileira. Centrais sindicais, como CUT e Força Sindical, também condenaram a decisão, alegando que penaliza trabalhadores e endividados.

A reunião do Copom ocorreu na chamada “superquarta”, quando o Fed (Banco Central dos EUA) manteve os juros entre 4,25% e 4,50%. O impacto das decisões será acompanhado de perto pelo mercado.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *