A Intolerância Religiosa e suas Consequências (Parte 4)

A religião que era a católica, por volta do ano de 1.500, vamos encontrar um grande contestador disto tudo. Era um Frade Católico agostiniano que discordava de  como os Papas vinha conduzindo a igreja. Chamava-se Martinho Lutero. Se insurgiu contra a orientação dos Papas, escreveu 95 teses de contestação ás práticas religiosas da época  promulgadas pelos papas e as  pregou na porta principal  da Basílica  de  Berlim. A notoriedade do fato foi enorme, e muito cedo proporcionou a Martinho Lutero uma quantidade muito de grande seguidores, que passaram a ser chamados pelo católicos de Protestantes. Como se vê, Martinho Lutero foi apenas um contestador da permissividade e de alguns dogmas  da Igreja Católica, e nunca um fundador religiões. O nome Protestantes, lhes foram dados pelos próprios católicos. E assim se deu a primeira grande cisão da Igreja Católica, pois que, ficou fundada a Religião Protestante, uma vez que, Martinho Lutero, foi pelo Papa Leão IV,  expulso da Religião Católica e também excomungado.

MARTINHO LUTERO – PINTURA DE LUCAS CRANACH – 1528
COLEÇÃO VESTE COBURG – ALEMANHA

À partir deste evento, desencadeou uma sucessão de conflitos entre estes dois grupos,  de exagerada dimensão. Houve mesmo várias disputas, chegando até a ser disputada uma feroz guerra, onde muitas vidas foram perdidas, a Guerra dos 30 anos.

A seguir, o que se viu, foi o surgimento de uma série de novas denominações religiosas.  Os Ortodoxos, já existentes há dois mil anos, pois tinham uma hierarquia própria em sua organização, datada do cisma de Constantinopla e não obedeciam ao Papa.  Era um caso á parte.  Metodistas, Batistas, Prebisterianos,  e ouve até o caso do Rei Henrique VIII  da Inglaterra, que proibido que era pela religião católica de  divorciar-se  e pretendendo  separar-se  da Rainha Catarina de Aragão, resolveu criar uma nova religião para lhe dar esta permissão. E foi assim que foi criada a Religião Anglicana para que lhe fosse permitido casar  com uma nobre inglesa de origem espanhola  chamada Ana Bolena. Neste episódio, ficou extraordinariamente nobilizado a figura de um homem chamado Thomaz More que era primeiro Ministro do Rei.

HENRIQUE VIII E ANA BOLENA

Mas vamos agora retornar há 700 anos atrás, e nos dirigir ao oriente, e vamos chegar ao ano de 571 D.C. na cidade de Meca. Vamos lá encontrar nascendo neste ano Abul Alcasim Maomé Ibne Abdalah Mutaibe Ibne Haxim, ou simplesmente Maomé,  como veio a ficar conhecido. Cresceu, se transformou em um prospero comerciante, e viajava por toda a região da Arábia vendendo  seus produtos.  Mas Maomé, que já vinha de profundos princípios religiosos, habitualmente frequentava em retiro espiritual as grutas e montanhas da  região. E foi em um destes retiros, que acredita ter sido visitado pelo anjo Gabriel, que veio lhe dizer que estava ali enviado por Deus, para lhe dizer o seguinte:   Que Deus o estava investindo na condição de ser o último profeta, e como descendente de Jesus, Moisés, Davi, Jacó, Isaac, Ismael e Abrahão, deveria criar uma nova religião. Assim foi dito, assim foi feito. Maomé inicialmente tratou de unificar todas as tribos, escreveu o Livro Sagrado Alcorão  que deu base e orientação a nova religião, tudo sido fundamentado e retirado do Antigo Testamento, mas, de maneira muito mais rigorosa, e com claras propostas de expandir a nova religião a poder da espada. Fundou o primeiro Califado,  se organizou militarmente, e partiu para as guerras de conquistas,  e expansão religiosa, chegando a dominar grande parte do mundo conhecido da época, da Pérsia à Península Ibérica, por onde estiveram presentes e dominando, por longos 700 anos, e deixando por onde passavam e se instalavam uma serie de influências, nos hábitos, nos costumes, na ciência e na língua. São dos árabes o nosso sistema de numeração que é chamado de números arábicos.

MEDINA – ARÁBIA SAUDITA

Maomé morre no de 632 D.C., na cidade de Medina, onde está enterrado. Mas, as conquistas árabes  continuam se expandindo mundo afora, e depois de uma guerra de que durou anos, eles vencem os bizantinos, e se apoderam de todas os territórios que naquele momento estavam sob o domínio de Bizâncio. Entre eles estava Jerusalém.  Por onde se instalam, vão passando por novos nomes, como mouros ou sarracenos. Segundo crença adquirida do Alcorão escrito por Maomé, acreditam na morte aqui na terra, como um prêmio de passagem para  uma outra vida muito melhor. O paraíso islâmico, onde lá estão a sua espera sete virgens lindíssimas, regatos de aguas cristalinas, campinas verdejantes, e onde não falta nada. Com esta crença, perderam o medo da morte, e se tornaram guerreiros terríveis e imbatíveis. São assim ate hoje. E naquela época, sob o poder da espada, conquistavam tudo.  E foi assim que que o Papa Urbano IV, exortou aos ricos da Europa a empreenderem uma guerra de reconquista  da cidade de Jerusalém. E assim foi feito. Estava criada a campanha das Cruzadas, na época chamados de peregrinos.

AS CRUZADAS – PINTURA DE THEODOOR SCHAEPKENS

Cruzadas foi uma alusão à Cristo,  de uma cruz que era oposta em suas roupas de combate.. Ao que se sabe, foram realizadas 9 cruzadas até a total da  reconquista de Jerusalém. Mas ao lado da intolerância  religiosa pela reconquista de Jerusalém, muito se deve á este movimento das Cruzadas, inclusive a abertura de novas rotas, e incremento do comercio com o oriente.

ANTONIO FERNANDO DOS SANTOS

EM BREVE PARTE 5