Petrobras fecha 2024 com prejuízo trimestral e queda de 70% no lucro anual
A Petrobras (PETR4) registrou um prejuízo de R$ 17 bilhões no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 31,1 bilhões no mesmo período do ano anterior. O resultado, divulgado nesta quarta-feira (26), surpreendeu o mercado, que previa uma queda no lucro, mas não um resultado negativo. No acumulado do ano, a estatal fechou com um lucro líquido de R$ 37 bilhões, uma redução de 70,6% em relação aos R$ 125,1 bilhões de 2023.
Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, o prejuízo do trimestre foi impactado principalmente por variações cambiais nas dívidas da companhia com subsidiárias no exterior e pela transação tributária realizada no segundo trimestre, que extinguiu disputas judiciais no valor de R$ 45 bilhões. “A variação do lucro se deve, fundamentalmente, a uma questão de natureza contábil que não afeta nosso caixa”, explicou a executiva.
A estatal também enfrentou desafios com a queda nos preços do petróleo e redução na produção. O preço médio do barril do tipo Brent, referência para a Petrobras, foi de US$ 74,69 no último trimestre de 2024, 7% menor que no trimestre anterior e 11% abaixo do mesmo período de 2023.
Dividendos menores e perspectivas para 2025
Apesar do resultado negativo, a Petrobras anunciou a distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos ordinários. O montante ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava valores entre R$ 14,4 bilhões e R$ 17,3 bilhões, e 35,9% menor que os R$ 14,2 bilhões pagos no quarto trimestre de 2023.
O valor será pago em duas parcelas: a primeira em 20 de maio e a segunda em 20 de junho de 2025. A proposta ainda precisará ser aprovada na Assembleia Geral Ordinária (AGO) marcada para 16 de abril.
Para 2025, analistas esperam uma recuperação parcial da Petrobras, impulsionada por um possível aumento nos preços do petróleo e um cenário cambial mais favorável. O recente reajuste no preço do diesel também pode contribuir para melhorar o desempenho da companhia, que desde maio de 2023 substituiu a política de paridade de importação (PPI) por um modelo de precificação baseado em custos internos.